Capítulo / Chapter V | Convidados / Guests

Cinema: stories that transform

Cinema: histórias que transformam

José da Silva Ribeiro

EDUMATEC - Universidade Federal de Pernambuco - Brasil

Carlos Antônio Alves Pontes

Universidade Federal Rural de Pernambuco - Brasil

Maria José Cavalcanti Freitas

Hospital da Restauração – Pernambuco – Brasil

Maria Thereza Didier de Moraes

Universidade Federal de Pernambuco - Brasil

Abstract

The Ecovillage Santuário dos Jatobás is an association whose goals are reforestation, the construction of different ways of living and coexisting, and the relationship with the local community. The project Cinema: stories that transform emerged from an initial action developed by the group Vozes da Ecovila, in the school of the quilombola community, in which students created two video stories: “Life at School” and “Change”. The project seeks to consolidate the use of cinema in schools, in line with Federal Law 13.006/2014, which requires the screening of national films in schools. The project also includes the production of audiovisual works, interaction with other similar projects, training of teachers and multipliers, and collaboration with the education department of the municipality of Pombos in order to ensure the autonomy of the project, exchange with other regional, national, and international projects, and broaden the perspective of students and young people in the community to new professional, social, and cultural horizons.

Keywords: Ecovillage, Cinema, Cinema School/Education, Quilombola Population, National Cinema Plan (Brazil).

Introdução

A Ecovila Santuário dos Jatobás é uma associação civil de direito privado, de caráter socio ambientalista, sem fins lucrativos, fundada em 22 de março de 2021, localizada na Serra do Boeiro, no Município de Pombos, Estado de Pernambuco. Esta associação alicerça sua construção em valores fraternais, amorosos, solidários, com intenção de criar parâmetros comunitários de relação humana harmoniosa entre si e com a natureza, de forma autossustentável e justa. Há em seu estatuto (capítulo I) um artigo que propõe implantar projetos e promover intercâmbios nos âmbitos social, educacional, cultural, espiritual, de lazer, de assistência social, arte, práticas integrativas, saúde, turismo e desporto.

Atualmente a AESJ possui 40 sócios titulares e 7 voluntários. Todos são membros da sociedade civil, profissionais que atuam em várias e diversificadas áreas de conhecimento: educação, ecologia e meio ambiente, engenharia, saúde, antropologia, filosofia, cinema, administrativa, arquitetura, direito, gastronomia, audiovisual, tecnologias digitais, comunicação, arte, letras, etc.

Entendemos que a Ecovila pode prestar apoios no âmbito dos campos de conhecimento de seus associados e também dos saberes da comunidade numa prática de dádivas partilhadas. Ambos podem contribuir com a pesquisa e o conhecimento da cultura e sociedade local.

O grupo denominado Vozes da Ecovila – Polifonia de Sonhos, Saberes e Práticas surgiu com o objetivo de construir uma memória da AESJ - Associação Ecovila Santuário dos Jatobás, a partir dos participantes (sócios titulares e voluntários) na construção social, cultural e material da Ecovila e dos utilizadores - comunidades vizinhas, colaboradores e outros atores sociais e instituições com os quais a Ecovila se relaciona, através de ações de facilitação e formação audiovisual orientadas para as populações das comunidades envolvidas na ecovila registrando os processos de reflexão que emergem destas atividades. O Vozes da Ecovila não tem interesse em criar dependência ou paternalismo de carácter etnocêntrico (económico, cultural, social ou outro), mas uma relação de paridade, de partilha, de apoio mútuo e de reconhecimento da vantagem recíproca de convivência.

A partir desses princípios, de construir memórias e partilhar o sensível em uma convivência de reconhecimento mútuo surgiu, como desdobramento do Vozes da Ecovila, o projeto Cinema: histórias que transformam. A ação inicial aconteceu na Escola Barnabé José de Oliveira, na comunidade quilombola da Serra do Boeiro, no Município de Pombos - PE.

Este projeto busca consolidar o uso do cinema na escola, em acordo com a Lei Federal 13.006/2014, que determina que as escolas brasileiras de educação básica, públicas e privadas, devem exibir filmes nacionais por, no mínimo, duas horas por mês. O Projeto de Lei (PL 185/2008) do senador Cristovam Buarque foi sancionado pela Presidência da República em 26 de junho e publicada no Diário Oficial da União em 27 de junho de 20141 e transformado em Lei Federal em 9 de julho de 2014. O art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, passou a vigorar acrescido do seguinte § 8º “A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais”.

A intenção do projeto Cinema: histórias que transformam foi proporcionar o fazimento de filmes pelos alunos como gesto de criação, o conhecimento pelo fazer, pela prática, pelo lúdico, provocando a mudança do olhar (educar o olhar), ampliando a perspetiva de si e do outro, em um modo de conhecer, de afetar e ser afetado pelo mundo. Dessa maneira, a ênfase é o processo e não o resultado. Foi nessa tessitura de propósitos e movimentos de criação que os alunos realizaram duas produções fílmicas.

Por que nos interessa este projeto? Temos interesses junto das Instituições de Ensino Superior no âmbito da pesquisa, ensino e extensão (serviço à comunidade). Temos interesse em enquadrar noutras instituições científicas, culturais, artísticas e sociais as atividades desenvolvidas, em âmbito nacional e internacional. Temos interesse em valorizar nossa comunidade de associados da Ecovida no âmbito dos seus objetivos como reflorestamento, no habitar e construir, na convivência social e implantar projetos e promover intercâmbios nos âmbitos social, educacional, cultural, espiritual, de lazer, de assistência social, arte, práticas integrativas, saúde, turismo e esporte.” (capítulo 1, art. 2º do Estatuto da AESJ).

As atividades que poderemos realizar com a escola deverão ser sempre em colaboração com a professora, com os grupos da comunidade que se formarem como nossos interlocutores, com a secretaria de educação do município de Pombos por meio de relações de cooperação e partilha. Oferecemos nossas propostas, cabendo à secretaria de educação definir o que desejam. Seremos um recurso disponível dentro das limitações das nossas atividades profissionais e de nossas competências.

Ação Inicial e Resultados

A ação inicial desenvolvida, pelo grupo Vozes da Ecovila, na escola da comunidade quilombola, foi a criação pelos alunos de duas histórias em vídeo: Vida na Escola e Mudança.

A oficina, que ocorreu em dezembro de 2024, iniciou-se com uma prática corporal de grounding e descontração. Essa primeira aproximação criou uma disponibilidade afetiva para o trabalho a ser feito. Houve risos e uma conexão entre todos que estavam na sala: os alunos, a professora e membros do grupo Vozes da Ecovila.

A seguir procedeu-se o visionamento de filmes – curtas nacionais produzidos por crianças – introduzindo uma cinematografia bem diferente daquela que habitualmente conhecem, para despertar a curiosidade sobre o fazer filmes, o que visionar nos filmes, e também promover abertura à imaginação, à criatividade, à reflexão, ampliando as possibilidades estéticas e de subjetividades.

No momento seguinte realizamos uma atividade lúdica para estimular a atenção, escuta e observação, através do gesto de enquadrar como se fosse uma câmara, brincando com o micro e o macro enquadramento. Esse exercício permitiu a cada um direcionar a observação a partir de seu próprio ponto de vista, de sua autoidentificação como “o fazedor” do filme. A seguir passamos ao fazimento dos filmes, organizando dois grupos de cinco alunos, cada grupo orientado por um membro do grupo Vozes da Ecovila.

Um dos filmes foi nomeado A Vida na Escola, título sugerido espontaneamente por um aluno e imediatamente acatado pelos outros. Discutiu-se livremente a ideia, quais locais da escola filmar, o roteiro, e foram feitas algumas anotações. O aluno egresso se voluntariou para filmar. A filmagem foi realizada com um telefone celular, em posição horizontal, sem microfone externo, com iluminação natural. O método usado para a filmagem foi a descrição que iniciou com um plano sequência dentro da sala de aula onde algumas alunas esperavam a chegada da professora e uma descrição dos elementos pedagógicos e informativos do ambiente. Segue-se uma sequência de planos pelos outros espaços da escola: salas de aula, corredor, varanda frontal, cozinha/refeitório, banheiro. No plano cozinha/refeitório há uma descrição da refeição oferecida naquele dia, e apresentação de algumas mulheres, funcionárias, voluntárias que organizam o espaço e preparam o alimento. Uma delas fala sobre seu bisavô Barnabé, antepassado que deu origem ao nome da Escola. Ele foi um escravizado acorrentado que fugiu e se escondeu em uma caverna na Serra do Boeiro por muito tempo até a chegada da Abolição quando saiu do esconderijo para formar a família e a partir daí as gerações que se seguiram. Após este momento realizou-se uma filmagem externa do pátio da escola e da vizinhança e o filme finalizou com os alunos caminhando ao encontro dos participantes do outro grupo para interagir e compartilhar. A narração foi feita pelo egresso em voz off enquanto filmava.

O outro filme foi intitulado Mudança. Os participantes pareciam estar bem à vontade. Houve um debate inicial quanto ao tema a ser abordado no filme e uma das integrantes sugeriu filmar as árvores do quintal da casa de uma pessoa da comunidade. Justificava que existia um pomar diversificado neste quintal e que era algo conhecido e admirado por algumas crianças do local. Outra integrante do grupo defendeu o tema da lavanderia, construída recentemente pela Ecovila, falando com veemência de como aquela construção tinha mudado a condição das mulheres da comunidade. Daí surgiu o título - Mudança. O grupo decidiu, então, pelo tema da lavanderia e esboçou o roteiro, escolhendo logo em seguida quem iria filmar e quem apareceria falando sobre o tema. Convidaram algumas mulheres da comunidade para falar sobre a situação delas antes da lavanderia. Sugeriram então uma encenação das dificuldades que enfrentavam no manuseio das bacias e trouxas de roupas sujas na beira da barragem (açude). Duas mulheres da comunidade encenaram uma lavagem de roupa mostrando a maneira como faziam. Os participantes do grupo ficaram entusiasmados sugerindo fazer uma cena evidenciando o antes e o depois da mudança. Durante a filmagem, sem combinar, encontraram uma jovem lavando roupa na lavanderia, que aderiu ao filme respondendo às perguntas feitas pelo grupo. Ainda na lavanderia houve uma pequena fala de uma das colaboradoras onde ela mencionou algumas transformações ocorridas no lugar.

Depois disso, houve algo inesperado. O grupo foi ao antigo campo de futebol em busca de uma locação onde pudessem filmar um local abandonado pelo mato semelhante a como era o lugar da lavanderia antes de ela existir. Vendo o campo abandonado, a participante que havia sugerido o tema da lavanderia enfatizando aquilo como uma mudança positiva, expressou saudades, lembrando de como as famílias participavam dos jogos que aconteciam ali. O encontro com o campo despertou memórias e o desejo de resgatar aquele espaço retomando um hábito antigo da comunidade. Neste momento, os realizadores do filme tiveram contato com uma noção de tempo não linear refletindo sobre mudanças que nem sempre ocorrem no sentido de melhoria. Pudemos observar alguns movimentos importantes neste percurso. Uma das integrantes escolhidas para filmar, deixou outra pessoa filmando e foi para frente da câmara para contar o que algumas pessoas tinham vivido naquele lugar. Isso não estava no roteiro, mas foi relevante a possibilidade de construir, partilhar memórias do lugar e sobretudo fazer aparecer outros modos de conhecer a comunidade a partir dos filmes criados por eles.

Os dois filmes - A Vida na Escola e Mudança - foram editados com o cuidado de incluir todos os participantes da atividade (professora, alunos, outras pessoas da comunidade e da escola e todos os participantes da Ecovila - todos nomeados nos créditos) e na semana seguinte apresentados em uma única sessão fílmica na Cinemateca de Pernambuco Jota Soares da FUNDAJ – Fundação Joaquim Nabuco, no Recife.2

Figura 1 - Cinema imagens que transformam na Cinemateca. JSR

Estavam presentes os técnicos da Cinemateca, alunos atores e produtores dos filmes, outros alunos, mães, a professora, moradores da comunidade, membros do grupo Vozes da Ecovila e voluntários. Os filmes foram visionados por um público surpreso e atento, vendo ali apresentado algo de seu cotidiano, os personagens reconhecendo a si e aos outros, apropriando-se da experiência vivida.

Figura 2 - Cinema imagens que transformam na Cinemateca. JSR

Ao realizar os filmes, os integrantes dos grupos puderam ser afetados por novas maneiras de conhecer as histórias do lugar em que vivem alargando as possibilidades de pontos de vista sobre alguns temas. Por meio da biografia de Barnabé, temos acesso tanto à origem do nome da escola como a do mundo dos escravizados e o motivo de nomearmos a comunidade quilombola. Então há uma vinculação do pequeno lugar com as histórias do mundo, podendo aparecer a conexão deste presente vivido com as maneiras que as pessoas de outros tempos e lugares se relacionavam. Este modo de trabalhar com o cinema provoca uma abertura para ver o que está próximo de nós de outro jeito e ao mesmo tempo para conhecer o que está distante. “Desta maneira, compreendemos que, por intermédio destas experiências, ao mesmo tempo coletivas e individuais, emergem um conjunto de possibilidades pedagógicas de expressão e de valorização das diferentes subjetividades ao ver e fazer filmes no espaço educativo” (Moreira e Almeida. 2023, p. 317).

O fazimento de filmes possibilita uma maneira de construir conhecimento a partir de uma capacidade de autoria dos próprios estudantes e professores. Como dizem Fresquet e Migliorini, este encontro do cinema com a escola pode produzir “aprendizagens várias, inclusive de conteúdos, mas como efeito e não como objetivo” (2015, p.145). Acreditamos que este encontro do cinema com a escola pode produzir diversas aprendizagens que possibilitam a construção de perspetivas de imaginar mundos diferentes. “Assim, o filme torna-se o fio condutor para a possibilidade de experiências com um comum inventado.” (Moreira e Almeida. 2023, p. 317).

Continuidade e Expansão do Projeto

Temos a intenção de continuar e expandir essa ação inicial com o propósito de realizar regularmente oficinas em sala de aula, elaborar um cine caderno com curadoria de materiais e propostas de atividades, atuando simultaneamente na formação de professores no trabalho com cinema e educação. Propomo-nos desenvolver esta etapa em sete momentos.

1. No primeiro momento esperamos fazer uma reflexão sobre a atividade já realizada, as reações dos alunos e dos pais e as atividades desenvolvidas a partir do filme e do contato com a cinemateca. Como poderemos trabalhar com a professora para uma ação mais sistemática, fundamentada, organizada e prolongada no tempo?

2. O segundo momento será de planejamento, fundamentação e desenvolvimento de atividades lúdicas-pedagógicas que se ajustarão às faixas etárias e deverão ser apresentadas em ordem de dificuldade progressiva: produção, criação e utilização de brinquedos óticos e jogos lúdicos sobre elementos da linguagem cinematográfica que possam estimular o desbloqueio, a atenção e observação. Poderão ser jogos de prestar atenção aos sons, aos movimentos, às coisas. Criar livre e espontaneamente jogos para se brincar com o enquadramento, duração, ângulos de visão, movimentos de câmara, etc.

3. O terceiro momento será o visionamento de filmes e atividades desenvolvidas a partir dos mesmos. Elaboração de tópicos de leitura, análise, animação e debate. Apoiar e ajudar a professora na escolha de filmes adequados. Criação de um arquivo portátil de filmes e de guias de leitura de filmes: o que está na imagem - descrição objetiva, interpretação subjetiva, ou seja, como cada aluno conta a história e como a passa para a escrita ou para o desenho.

4. O quarto momento será a utilização de dispositivos como filme-carta, minuto Lumière, fotografias narradas, filme-Haikai, na realização de filmes e práticas criativas. Os alunos poderão criar uma ideia, desenvolver um roteiro simples escrito e com desenhos, definir quadros /enquadramentos e duração, lugares de filmagem, organizar a sequência de imagens incluindo títulos e créditos - montagem (com a câmara ou celular).

5. O quinto momento será o da edição. Se houver um computador, esta atividade poderá ser realizada pela professora com os alunos e se necessário com o grupo Vozes da Ecovila ou com alguém da Ecovila ou da comunidade que tenha algum conhecimento do software de edição.

6. O sexto momento é o visionamento dos filmes, partilha com outras escolas (ex. vídeo cartas), com a comunidade e com possibilidade de apresentação dos mesmos em congressos, festivais, cinematecas, etc.

7. Finalmente o sétimo momento é o de uma atividade contínua de trabalho online do grupo Vozes da Ecovila com a professora, no apoio à produção de materiais, debate sobre atividades a desenvolver, escolha de filmes, etc. Nesta atividade poderão participar alunos de graduação ou pós-graduação, profissionais do audiovisual e outras pessoas que possam colaborar com a professora. A professora e os alunos (dentro dos quadros institucionais da escola e da educação) serão sempre os protagonistas do projeto, aqueles que definem as atividades e o ritmo de sua realização. O cronograma das atividades que envolvam nossa participação deve ser proposto pela professora, tendo em conta nossas disponibilidades e/ou estadia na Ecovila.

Formação de Professores e Multiplicadores

O cinema, além de ser uma forma de arte e expressão cultural, de indústria e tecnologia, de entretenimento, tem-se consolidado como uma poderosa ferramenta pedagógica. Sua riqueza narrativa, estética e simbólica permite que os espectadores entrem em contato com diferentes realidades, estimulem o pensamento crítico e ampliem sua visão de mundo. No contexto educacional, o uso do cinema ultrapassa a simples exibição de filmes, tornando-se um instrumento de mediação do conhecimento e um espaço de diálogo entre diferentes saberes.

Ao contrário dos modelos tradicionais de ensino baseados na transmissão unidirecional do conhecimento, o cinema propõe uma experiência sensorial e reflexiva. A combinação de imagens, sons e narrativas permite que os espectadores vivenciem e interpretem realidades diversas, promovendo aprendizagens significativas e experienciais.

Na escola, o cinema pode ser incluído na Educação Visual e Letramento/Literacia Audiovisual, possibilitando a aprendizagem da leitura de imagens, o conhecimento da linguagem cinematográfica, e a análise dos diferentes elementos da narrativa audiovisual (roteiro, montagem, tempo /ritmo, fotografia, som, iluminação, entre outros conceitos e elementos constituintes). Também pode ser incluído em outras áreas tais como: i) Literatura, História e Ciências Sociais, permitindo analisar representações históricas e socioculturais em filmes, questionando suas interpretações e impactos, adaptação das obras literárias, práticas de escrita criativa, exploração dos diálogos, linguagens artísticas (teatro, cinema, música); ii) Ciências, estimulando o uso do cinema científico como meio de aprendizagem em ciência, a utilização da câmara como instrumento laboratorial ou de observação e análise, ou mesmo a utilização de documentários e ficções científicas para explorar conceitos complexos e debater questões éticas e tecnológicas; iii) Tecnologia, fazendo uso dos aparatos tecnológicos (câmaras, microfones, fontes de iluminação natural e artificial) e softwares de edição, para o exercício da análise minuciosa da imagem, do som, do movimento (visão e escuta); dinâmicas de trabalho em grupo.

Para além da mera instrumentalidade do cinema no ensino, podemos identificar nos filmes personagens, situações, acontecimentos e compreensão de diferentes contextos sociais, culturais e históricos, ao mesmo tempo em que é possível desconstruir discursos hegemônicos e estereótipos, questionar representações culturais, relações de poder e arcabouços ideológicos presentes nas obras audiovisuais; estimular a identificação de temas, discursos e subtextos em diferentes gêneros e cinematografias; e fomentar o pensamento crítico e a conscientização social.

São múltiplas as práticas de Cinema na Escola, que já encontram reconhecimento de cinematografias de diversos países, estimuladas por Planos Nacionais de Cinema e pela inclusão do cinema nos Planos Nacionais de Educação, como, por exemplo, o Chile, com o Escuela al Cine, e Portugal com PNC - Plano Nacional de Cinema.

Como referimos acima, no Brasil, o Projeto de Lei (PL 185/2008) institui a obrigatoriedade de duas horas mensais de apresentação de filmes brasileiros. Para tanto, os professores devem estar habilitados a elaborar guias de leitura e análise de filmes ou a saber utilizá-los na sala de aula. Do mesmo modo, podem, numa perspetiva de maior aprofundamento e implementação de formas ativas inovadoras, construir com os alunos guias de leitura e de transposição para outras linguagens tais como desenho, pintura, escrita, debate, apresentações, performance, teatro e outras formas de representações corporais daquilo que entenderam das mensagens dos filmes. Como suporte para essa atividade, é possível ter acesso a filmes disponibilizados em plataformas digitais abertas como o Youtube, o Tela Brasil, o Escuela al Cine3 no Chile, Cinescuela4 na Colômbia em Portugal no PNC - Plano Nacional de Cinema5. O acesso a filmes produzidos nas escolas e em comunidades indígenas, quilombolas, entre muitas outras, constitui-se em desafios à partilha de obras produzidas e de conhecimentos situados.

Paralelamente ao visionamento, leitura, análise e outras atividades desenvolvidas a partir dos filmes, é importante implementar a criação de Oficinas de Produção Audiovisual, incentivando os alunos a escrever roteiros, filmar e editar pequenas produções sobre temas relevantes para sua realidade, ou mesmo, procurar outros meios para realização dos trabalhos de casa. Tudo isso, podendo ser feito utilizando meios acessíveis como os celulares permitidos por lei para o desenvolvimento das atividades criativas.

Explorar o cinema, e no cinema, formas autobiográficas e narrativas pessoais, como meio de expressão identitária, se torna campo aberto para que alunos e professores contem suas histórias e reflitam sobre suas trajetórias, ou venham a contar histórias e eventos da sua comunidade ou de comunidades vizinhas.

Embora o cinema tenha grande potencial educativo, sua integração ao ensino ainda enfrenta desafios, como a formação insuficiente dos professores para o uso de recursos audiovisuais, a limitação de acesso a equipamentos, e a resistência de currículos engessados. No entanto, iniciativas como a Lei Federal 13.006/2014, que obriga a exibição de filmes nacionais nas escolas brasileiras, mostram que há um movimento crescente de valorização do cinema na educação. O cinema, como ferramenta pedagógica, não se restringe ao entretenimento, mas atua como um meio de transformação sensível, social, emocional e intelectual. Seja como instrumento de análise crítica, seja como espaço de experimentação criativa, o cinema tem o poder de educar, sensibilizar e ampliar horizontes, tornando a aprendizagem mais envolvente e significativa.

A educação cinematográfica não é apenas mais uma tarefa da escola e dos professores. Ela exige uma articulação entre os diferentes agentes, aqueles que optaram por construir pontes entre organizações educacionais e culturais, agentes da produção audiovisual e outras organizações do setor social, cultural e os ambientes familiares. Exemplo disso é a experiência desenvolvida na Escola Barnabé José de Oliveira, que culminou na passagem pela Cinemateca de Pernambuco, e na performance dos alunos ao situarem-se como autores e realizadores-autores, entre o projetor e a tela.

Depois do trabalho com a professora envolvida no desenvolvimento desta atividade e da possível integração no projeto pedagógico da Escola, propomo-nos contribuir para a formação de professores e de multiplicadores do Município de Pombos, na perspetiva de realizar de forma criativa os objetivos previstos na Lei Federal 13.006/2014. A formação que propomos baseia-se na disciplina de Tecnologias, Educação e Cinema do Programa de Pós-graduação em Educação Matemática e Tecnológica, da UFPE, oferecida a professores e multiplicadores de escolas públicas de Recife.

OBJETIVOS DA FORMAÇÃO
- Capacitar os professores para utilizar o cinema e as tecnologias digitais de forma integrada na prática pedagógica;
- Conhecer e praticar a linguagem cinematográfica;
- Fomentar a discussão sobre os impactos culturais e sociais do cinema e das tecnologias digitais na educação.
- Desenvolver habilidades para a análise crítica de filmes e Mídias audiovisuais como ferramentas educacionais e como modos de representação da escola e dos seus atores;
- Promover a criação de materiais didáticos que incorporem filmes e tecnologias interativas no ensino e na pesquisa (produção de conhecimento).
- Desenvolver práticas de cinema na escola – cineclubes escolares e outras.
CONTEÚDOS DE FORMAÇÃO
- Linguagem cinematográfica.
- Elementos básicos da construção cinematográfica.
- Montagem. Construção do discurso /narrativa. Pós-produção.
- Escrita para o cinema. IA no cinema e no audiovisual – do roteiro à pós-produção.
- Estética e ética do cinema – documentário e ficção.
- Representações da Educação e da Escola no Cinema.
- Cinema vai à escola – educação pelo e para o cinema.
- Como o cinema vê a escola, seus atores e processos sociais.
- Formação de professores, agentes culturais, pais e outros agentes sociais pelo cinema.
- O cinema como conhecimento e comunicação da ciência.
- Cinema no laboratório e na sociedade.
- Cinema e educação especial (necessidades específicas). Cinema inclusivo.
- Práticas do Cinema na Escola.
- Análise e avaliação de práticas de cinema na escola.
- Desenvolvimento de projetos.
- Participação em redes e festivais de cinema infantil e juvenil: primeiros olhares.
- Partilha das produções realizadas com outras escolas (vídeo cartas).
METODOLOGIA
A metodologia de formação basear-se-á em práticas do fazer e do compartilhar. Mais que uma formação teórica e abstrata, propomo-nos desenvolver uma formação baseada na experiência do fazer, no compartilhar de produções e projetos realizados localmente pelos participantes da formação.
As sessões de formação poderão ser semanais, ou quinzenais online, e mensais ou bimensais presenciais, e terão a duração de três ou seis meses. Os calendários serão negociados com base nas nossas disponibilidades e nas disponibilidades dos participantes, em dias e horas fixos resultantes desses acordos. Sempre que possível a formação será organizada, coordenada e realizada pelo grupo Vozes da Ecovila. Espera-se que os professores sejam capazes de desenvolver todas as atividades de produção audiovisual: criar e desenvolver uma ideia, criar um roteiro, realizar, orientar e supervisionar a rodagem (filmagens) de um filme e realizar a edição.
Espera-se também que os professores conheçam e saibam manipular os aparelhos utilizados em todo o processo de produção audiovisual (câmaras ou celulares, microfones, softwares de edição e formas de divulgação das produções).
A produção audiovisual rege-se por princípios éticos e jurídicos rigorosos como os direitos de autor, o direito de imagem, entre muitos outros, mas também a liberdade de expressão. Espera-se que os professores conheçam as leis e princípios que informam a criatividade artística e a produção audiovisual e a apliquem nas suas práticas.
Estimula-se que os professores se interessem pela formação contínua, quer integrada neste projeto, quer em formações de pós-graduação, de modo a tornarem-se multiplicadores em áreas mais alargadas da sua atividade profissional e mesmo em projetos sociais e culturais locais.

Autonomia do Projeto

A formação de multiplicadores poderá e deverá assegurar o desenvolvimento de atividades de formação de professores, estimular as práticas desenvolvidas nas escolas e criar redes de trocas de experiências de modo a autonomizar-se em relação à formação inicial desenvolvida neste projeto. A diversidade de formações académicas e profissionais e as práticas sociais, culturais e ambientais existentes na Ecovila Santuário do Jatobás poderão dar apoio em questões específicas no âmbito das suas responsabilidades sociais, culturais e ambientais acima referidas (estatutos e manifesto de propósito).

Como vimos num recente edital de candidaturas a projetos financiáveis, há interesses em “apoiar projetos de pequena escala e de alto impacto… projetos concebidos e desenhados predominantemente por parceiros locais” 6. O projeto, que aqui desenhamos, dialoga bem com tais ideias, reunindo aspetos tais como: i) é um projeto pequeno de apoio à escola e à comunidade, mediado pelo cinema; ii) é proposta a expansão do projeto ao Município com a atividade de formação de professores e multiplicadores dentro do quadro instituído de Cinema na Escola; iii) é prevista a ampliação do projeto a todas as temáticas e práticas da Ecovila: reflorestamento, educação ambiental, água, habitar e construir… iv) busca mobilizar as competências individuais dos associados e voluntários da Ecovila para o desenvolvimento das temáticas abordadas no projeto e no grupo proponente pela mediação audiovisual; v) procura firmar parcerias, mais que meras atividades pontuais, com Instituições - Prefeitura Municipal, Secretaria de Educação, Fundação Joaquim Nabuco, Cinemateca Pernambucana Jota Soares, Museus, Universidades, Associações Sociais, Culturais, Profissionais, Patrocinadores; vi) se orienta em criar redes de cooperação nacional e internacional com projetos semelhantes.

A dependência inicial decorrente de falta de meios e financiamento poderá limitar o projeto à sua fase de apoio à escola Barnabé José de Oliveira e à comunidade envolvente da Ecovila. No entanto, apoios e financiamento mínimos poderão garantir o desenvolvimento e expansão das atividades a outras Escolas do Município de Pombos. A candidatura a projetos de financiamento, mesmo por períodos limitados de 2 anos, poderá gerar a autossuficiência do projeto, em termos do desenvolvimento autónomo a partir dos agentes locais e a fluidez da cooperação entre a Ecovila, o Município e os Parceiros e Patrocinadores do projeto – AO NORTE - Associação de Produção e Animação Audiovisual, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Cinemateca de Pernambuco, FUNDAJ - Fundação Joaquim Nabuco.

Interação com outros projetos

Atividades como o desenvolvimento de vídeo correspondência ou vídeo-cartas entre escolas, a participação em mostras e festivais de cinema infantil e juvenil existentes no Estado de Pernambuco e em mostras organizadas pelas Escolas do Estado de Pernambuco ou do município poderão proporcionar dinâmicas de troca de experiências e de produções.

Muitas outras interações locais, municipais, estaduais, nacionais ou internacionais surgirão no curso da realização do projeto com óbvios benefícios para a educação e cultura local.

Resultados Esperados

Referimos acima os resultados esperados da formação de professores. Esperamos igualmente que esta atividade possa expandir-se para as comunidades envolventes das escolas e para as instituições sociais e culturais pertinentes. Esperamos, também, que o projeto possa contribuir para a criação da memória audiovisual da comunidade em que a Ecovila se situa, bem como a extensão desta prática a outros lugares do Município.

Há outros resultados que podem ser recolhidos no desenvolver das atividades: dados quantitativos – professores, alunos e famílias envolvidos nas atividades, produções realizadas (filmes, guias de leitura e análise de filmes, apresentação de trabalhos de professores, alunos e famílias em eventos municipais, regionais, nacionais e internacionais) e qualitativos – testemunhos dos participantes (autonarrativas biográficas, etnográficas das “aprendências” e outros processos sociais e culturais); redes de cooperação e partilha (fluxos de cooperação e partilha entre escolas e com outras instituições – Cinemateca de Pernambuco, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Instituições de Ensino Superior locais, projetos da Ecovila).

Esperamos também integrar formas de avaliação dos resultados. Talvez a análise SWOT, técnica usada para identificar pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças do projeto, possa contribuir para avaliar o projeto desde as atividades iniciais espontâneas, sua implementação e aprofundamento técnico e pedagógico na escola Barnabé José de Oliveira, a formação de professores e multiplicadores, e o impacto destes na escola em resultados e formas de bem-estar e de resolução de conflitos, maior participação das comunidades e das famílias na Educação.

Conclusão

O projeto Cinema: histórias que transformam constitui-se como um projeto de cooperação entre a Ecovila Santuário dos Jatobás e a Escola Barnabé José de Oliveira, com interesses mútuos para os professores e para a Secretaria de Educação do Município de Pombos, e pela utilização de recursos humanos e a pluralidade de saberes dos associados e voluntários da Ecovila. Para estes, está expressa a possibilidade de desenvolver projetos de estudo e serviços às comunidades e ao município em que se integra. Para ambos, se oferece a oportunidade para a candidatura de projetos nacionais e internacionais no domínio amplo de saberes profissionais e académicos existentes localmente na Ecovila e na Comunidade, entendida como comunidade local expandida (cultura quilombola, a pertença a uma comunidade administrativa local - O município de Pombos).

O projeto pretende implementar “valores fraternais, amorosos e solidários, com a intenção de criar parâmetros comunitários de relação humana harmoniosa entre si e com a natureza, de forma autossustentável e justa”. São estes estatutariamente os propósitos da Ecovila Santuário dos Jatobás.

Nossa proposta rege-se pela implementação de relações paritárias e de partilha de saberes, com as pessoas, comunidades e instituições participantes, recusando formas hegemônicas de assistencialismo7, filantropia8 e dependência estrutural9. Guia-se por formas de colaboração que defendem que comunidades devem ter voz ativa na definição de seus próprios processos de transformação social. Inspira-se em teóricos como Paulo Freire, que propôs uma educação dialógica e emancipatória e por questões éticas e estéticas que estimulem a participação e a cocriação baseada na partilha, na colaboração horizontal, em que os saberes das partes envolvidas são reconhecidos como igualmente válidos. Esse é um princípio central em metodologias como a pesquisa-ação participativa e o cinema participativo.

O projeto inscreve-se no objetivo geral do grupo Vozes da Ecovila, “Construir a memória do projeto a partir de quem participa na construção social, cultural e material da Ecovila, entrelaçando as comunidades vizinhas, colaboradores e outros atores sociais e instituições com as/os quais a Ecovila Santuário dos Jatobás se relaciona” que implica cuidar da memória e dos objetos de memória.

Pretendemos que o projeto seja uma busca generosa que presta atenção e responde ao que as outras pessoas fazem e dizem; aberto a propostas que apontem para outros caminhos pelos quais possamos continuar; comparativo na medida em que reconhece que nenhuma maneira de ser ou fazer é a única possível, e que, entre todas as formas que encontramos ou que resolvemos seguir, poderiam ser escolhidos caminhos alternativos que levariam em direções diferentes; crítico porque não nos podemos contentar com as coisas como elas são, mas encontrar formas de vida mais saudáveis, ativas na educação, na cultura e nas sociabilidades.

Notas Finais

1Lei Federal 13.006/2014 publicada no Diário Oficial da União em 27 de junho de 2014. https://www.planalto.gov.br› ato2011-2014, lei e https://legis.senado.leg.br› norma

2Os dois filmes realizados pelos alunos, A Vida na Escola e Mudança foram exibidos na Cinemateca Pernambucana Jota Soares, vinculada à Coordenação de Cinema e Cinemateca pernambucana da FUNDAJ – Fundação Joaquim Nabuco, onde há sessões periódicas do acervo fílmico pernambucano. https://www.gov.br/fundaj/pt-br - https://cinematecapernambucana.com.br/.

3El Programa Escuela al Cine es una iniciativa de la Cineteca Nacional de Chile, financiada por el Fondo de Fomento Audiovisual del Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio, que tiene por objetivo formar públicos escolares para el cine y el audiovisual chileno. https://escuelaalcine.cl/

4Cinescuela busca fomentar la generalización de la cultura y la educación sobre la imagen, el cine y el audiovisual, promover el acceso a las obras mayores del patrimonio cinematográfico mundial, estimular la reflexión sobre la realidad cotidiana y la creación artística cinematográfica a través del cine. Una herramienta para educadores y estudantes. https://www.cinescuela.org.

5PNC - Plano nacional de cinema é uma iniciativa das áreas governativas da Cultura e da Educação, operacionalizada pela Direção-Geral da Educação (DGE), pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) e pela Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema (CP-MC), ao abrigo do Despacho 65/2022, de 5 de janeiro. https://pnc.gov.pt/.

6Convite anual para apresentação de propostas para o Fundo do Canadá para Iniciativas Locais (Fundo Canadá) https://www.international.gc.ca/world-monde/funding-financement/cfli-fcil/brazil-bresil.aspx?lang=por

7Assistencialismo refere-se a políticas ou práticas que visam fornecer ajuda imediata a indivíduos ou grupos em situação de vulnerabilidade, como assistência financeira, alimentar, de saúde ou educacional. No entanto, o termo muitas vezes carrega uma conotação negativa, sugerindo que essas ações são paliativas e não abordam as causas estruturais dos problemas, como desigualdade social, pobreza ou falta de oportunidades. Críticos argumentam que o assistencialismo pode criar dependência, sem promover autonomia ou mudanças duradouras. Por outro lado, defensores destacam que, em emergências ou extrema necessidade, essas medidas são essenciais para aliviar o sofrimento imediato.

8A filantropia é frequentemente associada a uma visão de longo prazo, buscando transformações sociais mais profundas e sustentáveis. No entanto, também pode ser alvo de críticas, especialmente quando é vista como uma forma de “lavagem de imagem” (ou whitewashing) por parte de empresas ou indivíduos, ou quando não aborda as raízes dos problemas sociais de forma eficaz. A filantropia é uma expressão de solidariedade e compromisso com o bem-estar coletivo, mas seu impacto depende da forma como é praticada e das intenções por trás das ações.

9A dependência estrutural é um fenômeno complexo que reflete as desigualdades históricas e sistêmicas entre nações e grupos sociais, exigindo soluções estruturais para promover desenvolvimento autônomo e sustentável.

Referências bibliográficas

Livros

Bergala, Alain. 2022. A Hipótese Cinema. Pequeno tratado sobre a transmissão do cinema dentro e fora da escola, Lisboa: Imprensa Nacional.

Fresquet, Adriana (org). 2015. Cinema e Educação: A Lei 13.006. Reflexões, Perspectivas e Propostas. Belo Horizonte, MG.

Cáceres, Natalia Mardones. 2020. Manual de creación cinematográfica, Programa Escuela al Cine, Fundación Centro Cultural Palacio de La Moneda. Cineteca Nacional de Chile.

Moreira, Leonardo Cesar Alves, Almeida, Pedro Cupolillo. Cinema e educação na perspectiva da igualdade de inteligências: reflexões sobre ver e fazer filmes como construções de um comum para as produções curriculares com estudantes da educação básica. Sér.-Estud. vol.28 no.63 Campo Grande maio/ago 2023 Epub 21-Ago-2023. http://serieucdb.emnuvens.com.br

Silva, Tomaz Tadeu da, Nunca fomos humanos – nos rastros do sujeito / organização e tradução de Tomaz Tadeu da Silva --- Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

Capítulos de Livros

Ellsworth, Elisabeth. 2001. Modos de endereçamento: uma coisa de cinema; uma coisa de educação também in Silva, Tomaz Tadeu da. (org.). Nunca fomos humanos: nos rastros do sujeito. Belo Horizonte: Autêntica.

Artigos em revistas

Moya, Tamara. 2022. “Si la clase no va al cine… por una ecología de la educación cinematográfica en Espanha“, in Papeles de Cineastas. Educación Pública y Cine: Pensar en la essencial, Nº2, 2022.

Ribeiro, José da Silva. 2022. “Cinema na escola e para além da escola” in Avanca Cinema. http://publication.avanca.org/index.php/avancacinema/article/view/461/907

Ribeiro, José da Silva. 2023. “O roteiro no documentário e no trabalho de cinema na escola” in Avanca Cinema. https://publication.avanca.org/index.php/avancacinema/article/view/602/1187.

Pinheiro, Gabriel. 2022. “Ver e aprender o cinema na escola: reflexões e conjecturas sobre a Lei Nº13.006/2014 See and learn cinema at school: reflections and conjectures about Law No. 13.006/2014”. Revista Iniciacom – Vol. 11, N. 2. http://www.intercom.com. SP

Filmografia

Cinema histórias que transformam. 2024. De Coletivo Vozes da Ecovila. Brasil: Ecovila.