Abstract
This article aims to highlight contemporary environmental challenges by suggesting a value of merging animated cinema with environmental science. As a potential pathway of deepening the connection with the natural world from an ecological perspective, it proposes an exploration of how cinematic productions can suggest values of closeness for approaching the world. While sustaining the illustration of thematic messages, it points to theories suggesting ‘lines’ of movement and interaction present in the environment, contributing to aspects that promote a deeper ecological awareness. Concepts of life as intertwined lines illustrating development and movement, along with knowledge about communicative and adaptive capacities present in the natural world, can offer a rich narrative framework that highlights potential intricate relationships between humans and the environment. By integrating theoretical approaches aligned with visual thinking, scientists, filmmakers, and artists face an interdisciplinary potential to suggest perspectives and create engaging narratives. These can not only contribute to visually translating the complexities of nature but also stimulate experiential aspects and pathways for sustainable transformation. This article will consider authors and a case study where these integrations are reflected, proposing to elevate their sense of engagement with environmental issues. Overall, it seeks to emphasise the potential of the arts, particularly through animated cinema, to weave, illustrate, and underline a deeper understanding of ecological interdependencies, catalysing renewed possibilities of observation with a sense of environmental responsibility and respect for the biodiversity of our planet.
Keywords: Animated cinema, Ecology, Line, Movement, Arts.
Introdução
A relação entre humanidade e natureza, ainda que advinda de um espaço temporal muito longínquo, enfrenta hoje desafios sem precedentes impulsionados por mudanças climáticas, degradação ambiental, perda de biodiversidade e respetivos habitat. Nesta conjuntura, torna-se essencial empreender investigação que explore abordagens integradas capazes não apenas de sensibilizar, mas também de inspirar ações concretas em prol da conservação e sustentabilidade ambiental acrescidas de compromisso humano face ao seu impacto social e ético. É neste contexto que se destaca o tema central deste artigo: a fusão do cinema de animação com a ciência ambiental como um potencial contributo para reflexão ambiental e promoção de práticas empreendedoras sustentadas por perspetivas da ecologia. Com efeito, os desafios ambientais contemporâneos são inegáveis e exigem respostas urgentes, abrangentes e diversificadas.
A promoção de uma compreensão alargada alinhada com uma consciência ecológica torna-se uma prioridade fundamental que requer abordagens inovadoras, multifacetadas e integradas. Perante este enquadramento, o cinema de animação emerge como uma ferramenta poderosa para perspetivação de caminhos, para comunicação visual e para a expansão de horizontes que suportem essa sensibilização ambiental. Com a sua capacidade particular e ilimitada para criar ambientes imaginativos e transmitir mensagens complexas de uma forma visualmente apelativa, o cinema de animação oferece um potencial extraordinário para explorar e promover uma grande diversidade de temáticas. As quais, amplamente, podem vir a ser dirigidas para a promoção de uma relação mais harmoniosa e consciente entre humanidade e natureza. Através da narrativa e da representação visual, o cinema de animação surge assim como espaço de visão e de criação com o potencial de cativar, expandir e sensibilizar a imaginação. Podendo inspirar renovados pontos de vista, criar processos de compreensão abertos e sugerir percursos de apreço pela beleza e respeito pela diversidade do mundo natural. Como espaço reflexivo que simultaneamente pretende perspetivar percursos temáticos de imagem, a hipótese central deste estudo é a de que a fusão do cinema de animação com a ciência ambiental pode oferecer significativos contributos para uma aproximação a substanciadas noções de ecologia e vivência ambiental. Ao explorar temáticas ambientais de forma informada, criativa e envolvente, os filmes de animação podem sugestionar detalhados valores de aproximação ao mundo natural, enquanto sustentam a ilustração de distintos modos de vivência humana e teorias que promovem consciência ecológica. Incluindo o potencial de revelar os processos implicados no desenvolvimento, transformação e sustentação vital. Conceitos como ‘linhas de movimento’ e interação entre seres vivos como elementos presentes no ambiente, aliados ao mais atual conhecimento sobre as capacidades comunicativas e adaptativas presentes no mundo natural, podem oferecer um rico quadro narrativo que realça as potenciais relações intrincadas entre os seres humanos e o ambiente.
Desenvolvimento
Recorremos a enquadramentos da ecologia como uma ciência vasta, complexa e não isolada que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ambiente, preocupando-se com a compreensão do funcionamento de toda a natureza. Mas também queremos considerar a dimensão de uma Ecologia Profunda, conceito desenvolvido por Arne Naess na década de 1970, que acentua uma interligada relação entre humanidade e natureza e reconhece uma interdependência com valor próprio para todas as formas de vida. Através dela assistimos ao enfatizar de uma respeitosa relação para com a Terra e os seus sistemas naturais. Acentuando a importância de uma mudança fundamental nos valores culturais e sociais para com a mesma, como refere Naess, 2011, “uma filosofia da relação natureza humana/natureza (...) requer uma mudança generalizada e substancial das políticas atuais - a favor do nosso planeta “vivo”, e não apenas para satisfazer interesses humanos limitados”1 (Naess, A., 2011, p.16)2 e parcelares. Ao explorar temas como a relação entre seres humanos e o meio ambiente, a importância da biodiversidade e a necessidade de mudança no modo como percebemos e interagimos com a natureza, sugere a emergência de uma conexão mais profunda com o mundo natural e uma ética de respeito e cuidado para com todas as espécies e ecossistemas. Efetivamente, o enquadramento dos aspetos enunciados no âmbito de uma ecologia profunda, ou de percursos de consciencialização das inter-relações ativas para com o mundo em que vivemos, podem ser considerados como perspetivas cada vez mais pertinentes face aos desafios ambientais contemporâneos.
No que concerne o estabelecer de uma aproximação entre cinema de animação e as emergentes questões ambientais, apesar de podermos reconhecer a existência de algumas produções fílmicas e de alguns estudos que destacam o potencial desta forma de arte composta, detetamos algumas lacunas na literatura a este respeito. Apesar de encontrarmos a expressão de uma aproximação entre campos disciplinares em inúmeros casos, detetando-se a pretensão de promover despertar face a paradigmas ambientais ou a noções de ecologia, globalmente, parece tratar-se de um espaço de análise que carece de aprofundamento e extensão de investigação. A exemplo reflexivo, poderia referir-se que, enquanto alguns filmes de animação abordam temas ambientais de forma extensiva e direta, como a destruição de habitats naturais ou a extinção de espécies, outros exploram conceitos mais abstratos como a interconexão entre todas as formas de vida ou a relação simbiótica entre seres humanos e natureza, mas de modo consideravelmente menos transversal, menos explícito e menos frequente. E embora estas abordagens mais subtis possam não ser tão amplamente consideradas e estar sub-representadas, poderão ser merecedoras de promissores caminhos de investigação para se procurar estudar como o cinema de animação pode contribuir para renovar perspetivação e incentivar rumos de descoberta, conhecimento e integração de valores de sustentabilidade e preservação verso uma maior consciencialização de temas e valores enunciados pela ecologia.
Perante o propósito de estudo desta conjunção de valências em integração multidisciplinar, poderia igualmente ser relevante explorar alguns aspetos constantes em teorias sobre narrativa e representação visual, atentos a um maior ou menor alinhamento temático ou verso a perceção de elementos e valores ambientais. Para o que se faz referência a investigadores como Joseph Campbell (1904-1987), nomeadamente com a sua obra “Primitive mythology” (1969)3, entre outras, que chega a incluir perspetivas da antropologia e da arqueologia ao versar sobre sociedades tribais e primeiras civilizações urbanas. E ainda a investigação Vladimir Propp (1895-1970), com a obra “Morfologia do conto maravilhoso” (1983)4, dirigida à estrutura das narrativas e aos arquétipos que permeiam as histórias humanas. Estudos esses que, visando identificar elementos narrativos simples e indivisíveis, também permitiam refletir o contexto de diversos elementos em cenário de culturas humanas. Como férteis ambientes de análise e reflexão capazes de proporcionar matéria criativa aplicável a princípios de produção cinematográfica, permitem detetar a maior ou menor referenciação de determinados ou múltiplos elementos, a funções e a contextos culturais. Com efeito, os cineastas podendo direcionar a composição de elementos visuais no interior de histórias que ressoem abordagens temáticas ancestrais ou emergentes, podem transmitir poderosas mensagens sobre a relação entre humanidade e natureza. Podendo mesmo encontrar inúmeros espaços preenchidos e outros vazios. Ainda assim, da mesma forma que diversos teóricos da comunicação visual, como a exemplo, John Berger (1926-2017) com a obra “Ways of Seeing” (1972)5, oferecem insights sobre como a linguagem visual pode influenciar a perceção e compreensão do mundo natural, destacando a importância da estética e da composição na transmissão de mensagens ambientais. Assim como também encontramos variados autores e diferentes disciplinas, que de modos muitos distintos podem contribuir para renovar a perspetivação e incentivar valiosos rumos de descoberta, conhecimento e enriquecedora integração de saberes.
Nesse sentido, procurando-se refletir de modo ampliado, mas também percorrer aspetos particularmente relevantes para o presente estudo, fazemos referência a dois relevantes autores, cujas abordagens nos oferecem valiosos elementos de reflexão para o campo das relações entre humanidade e ambiente. Em primeiro lugar consideraremos a abordagem de Tim Ingold, antropólogo britânico conhecido pelos seus estudos sobre antropologia social e ecologia. Ao proporcionar contribuições valiosas para a compreensão da relação entre humanidade versus o seu ambiente natural em redor, Tim Ingold, propõe uma visão dinâmica e processual da vida, concebendo-a como uma rede interconectada de ‘linhas’ de movimento e de interação. Para o explicitar, na sua obra ‘Lines: a brief history’ (2016), “Tim Ingold, imagina um mundo em que tudo e todos são constituídos por linhas entrelaçadas ou interligadas e estabelece as bases de uma completamente nova disciplina: a arqueologia antropológica da linha” (Ingold, 2016, p.1)6. Através dela, vindo a constituir uma perspetiva que destaca as atuais ambivalências e os férteis espaços de conjunção de visões, desafia-nos para a exploração dos parâmetros que enquadram as atuais relações entre os seres humanos no seu ambiente habitado. Chegando desse modo, a propor o conformar de uma visão propícia a uma sistematização do olhar, precisamente, através de linhas. Essa perspetiva sugere que todos os seres, humanos e não humanos, estão envolvidos em uma teia de relações em constante mudança, onde as fronteiras podem ser mais claras ou mais difusas. Ao procurarmos integrar conceitos de Tim Ingold, encontrados na sua obra ‘The Perception of the Environment: Essays on Livelihood, Dwelling and Skill’, “no contexto de um envolvimento ativo com os componentes do seu ambiente” (Ingold, 2000, p.6)7, nomeadamente atendemos aos processos de movimento e transformação das formas capazes de uma tradução e representação. E ao que nos chega por meio de alinhamentos, forças ativas e linhas, aproximando-nos de um potencial da atenção, seja para com as inter-relações de um mundo vivido, seja atendendo aos reflexos destes na representação de enquadramento visual composto. Consequentemente, filmes de animação podem igualmente atender e recorrer a perspetivação desses elementos ao longo dos seus processos, considerando, valorizando e procurando a possibilidade de se os conceber e de se os representar visualmente. Quer seja por meio de uma atenção a linhas de movimento, quer a espaços e ambientes de forças tensoras, ilustrando a interdependência e a evolução de processos intrínsecos e extrínsecos, que decorram ao longo de díades humanidade-natureza.
Outro autor que neste contexto faremos particular referência, trata-se do cientista botânico, Stefano Mancuso, amplamente reconhecido pelo seu trabalho pioneiro na área da neurobiologia vegetal. Stefano Mancuso, na sua obra ‘A revolução das plantas’ (2019), desafia a visão convencional das nossas relações no meio ambiente e muito particularmente face ao mundo das plantas nos ecossistemas. Retratar as plantas e o seu mundo de uma maneira mais precisa mostrando-as como protagonistas ativos no mundo natural, em vez de seres inertes e passivos, não descurando as suas capacidades comunicativas e adaptativas, confronta-nos com potencias percursos de descoberta do mundo ao nosso redor. Os reflexos de empreendermos aprofundadas perceções atentas inclusivamente a “movimentos ativos” (Mancuso, 2019, p.67)8 acrescidas da constatação de enriquecedores caminhos que nos inteiram de percursos e distintas perspetivas perante dimensões ambientais, permite-nos enquadrar um rico espaço de reflexão, abertura de perspetivas de observação, estudo e consciencialização das múltiplas inter-relações vivas para com o mundo em que vivemos. Contributos estes que, no sentido deste estudo, podem ser considerados como pertinentes e distintivos. Reiteramos deste modo que, um potencial estabelecer de pontes entre a visão destes autores, Tim Ingold e Stefano Mancuso, na perspetiva de nos poderem inspirar e aprofundar conhecimento, colabora com a possibilidade de apropriação temática presente em estudos de observação considerados. Ao poderem igualmente conduzir-nos a processos de produção cinematográfica de filmes de animação, tal constitui-se como uma significativa referenciação transversal à abordagem aqui desenvolvida. Por conseguinte, tendo-se procurado destacar a acentuada relevância das contribuições reflexivas destes autores, para um ampliar de visão e compreensão das relações entre humanidade e natureza, bem como para apontar sentidos temáticos direcionados para produção cinematográfica, chegamos à consideração de uma necessidade de investimento em análises aprofundadas dirigidas a relações entre cinema de animação versus questões ambientais. Portanto, no acentuar da importância de nos dirigirmos a teorias narrativas e visuais alinhadas tematicamente com aspetos relevantes para um ampliar de consciência ecológica em processo de aprofundamento, destaca-se aqui a vertente de uma produção animada francamente dirigida a um valioso espaço de perspetivação. Neste espaço, “a linha, será sempre a lembrança das dinâmicas que estão presentes em ambos os mundos” (Saque C., Valente A.,2021, p.57)9. Enquanto se atravessa a premente necessidade de impulsionar ação humana com fatores de sustentabilidade e se atende a contextos de renovada apreciação pela biodiversidade e responsabilidade ambiental. Ao longo de percursos que construam consciência enquanto se entrelaça natureza e narrativa. Perante um potencial contributo do cinema de animação para perspetivar estas relevantes temáticas, fica assim enquadrado um sentido maior de se estudar a produção fílmica que ilustre e atenda a um amplificar de noções advindas de abordagens da ecologia.
Metodologia
Para realizar uma análise de filmes de animação relevantes para o presente estudo e procurar investigar como essas produções abordam temas ambientais, promovem aspetos de conexão com o mundo natural, ou versam narrativa visual dirigida a uma consciência ecológica mais aprofundada, foram adotados métodos que inicialmente se dirigiram a uma seleção criteriosa de filmes. Nesse sentido, inicialmente, foi realizada uma pesquisa abrangente em bases de dados fílmicos, catálogos de filmes e plataformas online para identificar filmes de animação que abordassem temas ambientais e concebem perspetivas com contacto com temas de ecologia de forma significativa. Os critérios de seleção de filmes incluíram a relevância do conteúdo ambiental numa perspetiva aproximação a temas da ecologia, a qualidade da produção cinematográfica, a dimensão estética e a disponibilidade para análise. Filmes que apresentassem uma abordagem acessível, criativa e inovadora para questões de sensibilização ecológica foram priorizados. Após a seleção inicial, uma análise preliminar foi realizada para determinar a adequação dos filmes aos objetivos deste estudo, garantindo que fornecessem abordagens relevantes sobre a relação entre cinema de animação, com elementos significativos e estéticos precursores de consciência ecológica. No que se refere a abordagem metodológica implementada, regista-se ainda que, a análise dos filmes selecionados foi conduzida de forma qualitativa, com foco na identificação de elementos narrativos, visuais e temáticos, relacionados com natureza. Acrescendo-se, na perspetivação da ecologia, o acesso a alguns elementos de aprofundamento comummente menos valorizados ou menos acessíveis. Para o efeito, foi desenvolvido um quadro analítico que incluiu categorias específicas para avaliar como os filmes representam aspetos de uma relação entre humanidade e natureza, interações entre diferentes formas de vida e as mensagens ambientais transmitidas. Cada filme foi analisado utilizando técnicas de análise de conteúdo e interpretação crítica para identificar pontos em comum, temas recorrentes, mensagem direta ou implícita, abordagem criativa na representação de questões ambientais e promoção de valências da ecologia.
Justificação e Limitações
Como justificação e limitações reporta-se que a escolha de uma abordagem qualitativa foi justificada pela natureza exploratória e interpretativa deste estudo que visa compreender como algumas nuances e complexidades da relação entre cinema de animação e os seus contributos para aprofundamento e consciencialização de aspetos advindos da ecologia. No entanto, reconhece-se que a análise qualitativa pode conter partes de avaliação subjetiva ou elementos influenciados pela interpretação do pesquisador. Para mitigar esse viés, foram adotados procedimentos rigorosos de triangulação, incluindo a revisão por pares, a consulta a especialistas no campo da biologia via uma perspetivação de aspetos ecológicos, do cinema de animação e da arte visual. Será igualmente importante ressaltar que a referida análise se concentrou numa amostragem limitada de filmes de animação e, portanto, os resultados podem não ser generalizáveis de um modo abrangente à produção cinematográfica. No entanto, espera-se que as conclusões deste estudo proporcionem aspetos reflexivos enriquecedores e sugestões para futuras pesquisas sobre o que consideramos relevante tema. No seu conjunto, essa metodologia proporcionou uma estrutura sistemática e abrangente para a análise dos filmes de animação selecionados, permitindo uma investigação mais aprofundada dedicada a um estudo de caso, sobre como essa produção aborda questões ambientais e contribui para perspetivar distintivas observações e aspetos relacionáveis a percursos para uma consciência ecológica.
Resultados
Como resultados salienta-se que a análise do conjunto de filmes de animação selecionados revelou uma variedade de estratégias. Distintas abordagens foram utilizadas para sugerir valores de aproximação ao mundo natural e salientar elementos de contacto entre personagens e o ambiente de modo a que pudessem ser associados a percursos de aprofundamento de vivencias verso ampliar de consciência ecológica. Pelo que, seguidamente, apresentaremos os principais resultados dessa análise, destacando os elementos mais significativos encontrados nesses filmes de animação.
a) A representação da natureza como protagonista de uma relação: uma tendência observada em vários filmes foi a representação da natureza como protagonista. Ou seja, retratada com um papel ativo e de algum modo ciente de valores espelhados no interior de uma relação intricada, em vez de surgirem como um mero cenário de fundo. As paisagens naturais encontravam-se personificadas e dotadas de características acentuadas, por vezes mais ou menos humanizadas, sugerindo a quem assiste o estabelecer uma conexão emocional mais profunda com o ambiente natural. Ao enfatizar a importância destas relações e a beleza da natureza que desafia a noção de uma superioridade humana sobre o mundo natural, encontrámos o espelho de contributos que podiam ser interpretados com estando a ser dirigidos para a promoção de uma consciência ecológica mais profunda.
b) A exploração de relações intrincadas: dos filmes analisados também detetámos o explorar de interdependências ecológicas entre diferentes formas de vida, destacando como todas as espécies estão conectadas em uma teia complexa de relações e como as mesmas são significativas. Essa abordagem permite sugerir a quem assiste caminhos para apreender e para compreender as consequências de ações no meio ambiente e acentuar um apreciar da importância da biodiversidade para a saúde dos ecossistemas. Efetivamente, a representação visual dessas interações, muitas vezes expressas através de imagens de animais em interação entre si e para com seu ambiente, contribuiu para uma compreensão mais aprofunda e visualização de ‘linhas’ de movimento e interligação, anunciando interação mais ou menos acessível, mas presente no ambiente.
c) As narrativas de transformação e renovação: verificou-se que muitos dos filmes analisados apresentavam narrativas de transformação e renovação, onde os personagens principais passavam por jornadas de autodescoberta e redescoberta de sua ligação momentânea ou mesmo uma conexão com o mundo natural. Essas histórias enfatizavam a importância da empatia, da compaixão e do respeito pela natureza, inspirando de modo mais ou menos evidenciado, uma reflexão sobre o papel de cada indivíduo na preservação do meio ambiente. Pelo que, a representação dessas narrativas de percursos de transformação, pareceu procurar contribuir para estimular aspetos relativos a vivências humanas para com o ambiente vivenciado potencialmente mais sustentáveis, ao destacar a importância da mudança de atitudes e comportamentos em direção a uma coexistência mais harmoniosa com a natureza.
Em suma, os resultados da análise do conjunto de filmes de animação selecionados, indicam que essas produções parecem ter o objetivo e potencial de versar sobre temáticas ambientais sob distintos modos de perspetivação, acentuar aspetos mais ou menos evidentes no sentido de contribuírem para reflexão e promover o contacto com elementos visuais tradutores de potencial ligação com o mundo natural. Versando, por vezes ainda, a ilustração de aspetos promotores de uma consciência ecológica que pode ser descoberta e aprofundada, depreendemos a possibilidade de sugestão de valores e vias de aproximação ao mundo natural capazes de traduzir as interdependências ecológicas de forma envolvente e inspiradora. Ao representar a natureza como protagonista envolvida num todo mais abrangente, explorar as suas relações intrincadas e apresentar narrativas ora mais evidentes ora mais subtis de transformação, considera-se que alguns dos filmes de animação selecionados neste âmbito, podem desempenhar um papel na sensibilização e mobilização para a conservação e sustentabilidade ambiental. Denotamos contudo, que num universo temático mais abrangente, o presente tema em análise, aparece globalmente em menor número de produções, ou apenas surge em breves partes da sua estrutura de apresentação, ou instantes de conexão não transportados para o alinhamos da produção de modo inteiro. O resultado desta apreensão final, leva-nos a considerar a existência de um espaço de trabalho que merece ser considerado e valorizado em produções de animação cinematográfica.
Nos trabalhos cinematográficos que, modo inteiro, pareciam pretender centralizar tematicamente propósitos de estabelecimento de intersecção entre elementos que vivem e habitam num ambiente que em si mesmo surge conjuntamente assumindo papel de personagem, efetivava-se de modo mais acessível a presença de linhas de movimento, interligação, alinhamentos de interação em destaque e acentuação das representações. No nosso ponto de vista, uma chave de leitura e identificação das imagens, dirigiu-se para as sugestões visuais mais ou menos evidentes, assentes em linhas de movimento e interação entre si e para com um todo ambiente, resultando assim numa maior evidenciação da interação que estaria a ser sugerida e no seu contributo para uma compreensão mais profunda das ligações e interdependências de dimensão ecológica. Pelo que, pretendendo-se abordar e destacar alguns dos aspetos anteriormente apontados, apresentamos seguidamente uma análise fílmica de uma curta-metragem de animação, aplicada a um estudo de caso selecionado para os efeitos do presente trabalho.
Estudo de caso
O estudo de caso selecionado para o efeito do presente estudo, trata-se de uma curta-metragem de animação intitulada ‘Nom d’une plante!’ (2022)10. Surgindo intitulada em inglês de ‘In the name of plants’, tem argumento e realização de Hervé Bressaud. De um modo cativante apresenta uma linguagem plástica que combina imagem real com desenho animado. Inicia com uma cena que regista uma reflexão com recurso à palavra ao sugerir que o hábito humano de evitar percorrer atalhos pode levar ao risco de se perderem coisas de interesse no caminho, valendo a pena o desvio de percursos com uma dedicada atenção. Desse modo, situa a profundidade do tema central que dirige a atenção dos protagonistas humanos, para as discretas ambiências compostas com as plantas à beira dos caminhos que percorremos, mas que muitas vezes não observamos e frequentemente, não consideramos. ‘Em Nome das Plantas’, como animação dirigida aos mais novos, versa sobre um explorador humano que ao chegar de para-quedas ao solo, percorre uma zona de chão alcatroado. E inusitadamente aí, descobre vida por entre estreitas brechas no solo. Surpreso e com ânimo que igualmente nos chega de modo sonoro, observa e interessa-se pelas espécies que conseguiram adaptar-se a este ambiente consideravelmente hostil. Enquanto caminha descobre as plantas selvagens do passeio e os passos de outros seres humanos que as não veem. Mas também descobre a presença de sementes, pássaros e borboletas. Passando a anunciar a possibilidade de se as considerar, estudar, compreender, valorizar e respeitar.
Como observável na sequência 1 (A,B,C,D), assistimos ao olhar e ao interesse do explorador por uma planta com flor. A sua observação atenta com recurso de aproximação com uma lupa (1A). Seguindo-se uma sua perceção de perigo e a atitude de receio perante a necessidade de sugerir a limitação do avanço de um passo humano. Uma delimitação perante o risco de a planta poder vir a ser pisada (1B) como efetivamente vem a acontecer em (1C), deixando um rasgo de destruição da planta, agora pisada e ao qual se pode entender uma expressão de desalento (1D).
Sequência 1
Como observável na sequência 2 (A,B,C,D), assistimos inicialmente à intensificação do efeito de espanto, perante uma observação com lupa, de pequenas plantas que emergem de uma estreita fissura no espaço alcatroado (2A e 2B). Através do qual o explorador se permite mergulhar, solo adentro, chegando mesmo entrar na fissura (2C). Como efeito do que imerge numa linha, parece atravessá-la com a segurança de um retorno ao plano principal da imagem, o que permite a leitura de um contacto com limite, mas um aprofundar com segurança. Após emergir da fissura, dá continuidade ao percurso e faz a descoberta de outras plantas (2D).
Sequência 2
Como observável na sequência 3 (A,B,C,D), assistimos à descoberta de uma planta madura com semente. E a múltiplas sementes que podem ser observadas e replantadas (3B). Através destas, uma matriz de vida surge quando semeada expandindo-se, transformando-se e até acolhendo um outro ser vivo que surge na ambiência, um pássaro (3C). O interior de uma crescente alegria parece fazer eclodir a descoberta de outros seres vivos, incluindo uma borboleta (3D). Uma potencial revelação do valor da emergência vital e da biodiversidade por via de eixos temáticos advindos da ecologia, como anúncio do que as relaciona e aproxima.
Sequência 3
Como observável na sequência 4 (A,B,C,D), assistimos ao acolher de um livro sobre plantas (4A) no seu simbolismo do conhecimento que permite ampliar a compreensão, o respeito e o cuidado. E, por quanto colabora no interceder da ação de caminhada de um outro protagonista que se aproxima, conseguindo desta feita evitar a destruição de uma planta, dado ser praticamente invisível a quem caminha (4B). A sua descoberta e visualização acontece com a partilha de conhecimento ou um identificar do elemento vivo. Surge como uma alquimia do despertar, do ver, do reconhecer e de um considerar que valora e age para preservar (4C). Por fim, a chegada ao nome da planta, expressão que honra a palavra escrita para que a ninguém passe despercebida (4D).
Sequência 4
Por fim, salientamos a vertente de uma distintiva oposição entre a anterior imagem 1C e a chegada a um muito diferente perspetivar dos atuais observadores da planta. Porquanto, agora, os novos personagens que se encontram na imagem 5A, se posicionam com uma aparente consciencialização de limite e param no local. O que sugere observação, leitura e reconhecimento.
Como uma balada pedagógica de sensibilização pelo valor intrínseco da natureza e uma sugestiva descoberta da força vital, capaz de renascer mesmo perante a adversidade do solo. Como anúncio de riqueza e necessária valorização da identidade e da biodiversidade resiliente, mesmo nos mais inusitados, inesperados e estreitos espaços, que bastas vezes se crê como sendo inertes e desconexos uns dos outros. Ligação e relações entre pequenos seres vivos e o meio ambiente acentuam alinhamentos de contacto no solo ficando agora mais evidentes, e, porquanto sendo muito mais óbvios, apenas quando muito grandiosos, francamente visíveis e florescentes. Pequenas brechas no solo, como destaque de linhas e fissuras do ambiente a permitir o anúncio da presença de ecossistemas vitais que podem revelar franca resiliência. Para além de poderem acentuar a importância de preservarmos a segurança de espécies com elevada adaptabilidade, também acentuam o valor de as estudarmos e conhecermos, interagindo. Assim atendendo a um inesperado observar, a uma tradução da surpresa e beleza do que se permite constatar como vivo. Acompanhando uma mensagem que parece enunciar a necessidade de colaborarmos conjuntamente em ação e valores de atenção, conhecimento, cuidado e preservação.
Como referenciado anteriormente, uma das chaves de leitura e identificação das imagens fílmicas em estudo, dirigiu-se para as sugestões visuais mais ou menos evidentes, assentes em linhas de contacto, movimento e interação entre si, acrescidas da contemplação de um todo ambiente. Recorram elas a tensões visíveis ou invisíveis, mas sendo consequentes na destruição ou na preservação de uma planta no seu ambiente, ou delimitando espaços de observação, equilíbrio e contenção com tracejados de limite que esclarece e promove consciencialização. Uma potencial relação viva entre os personagens versus ambiente envolvente, faz jus a meritórios aspetos dirigidos a uma detalhada observação. A emoção do personagem é igualmente apontada por via de sonorização e enleva o estudar e reconhecer participado. Ficando assim ilustrada e sugerida a perspetiva inicialmente apresentada com recurso a palavra, a qual se trata também de um alerta, perante o risco de se perderem aspetos de interesse de observação nos caminhos que realizamos. Ou seja, na defesa de valer a pena o atender a distintos percursos que incluam uma dedicada atenção ao que nos rodeia e aos ecossistemas ao nosso redor. Em primeiro lugar, porque a consideração e representação da natureza como protagonista ativa no filme analisado, pode ser alinhada com princípios que apontam para a possibilidade de abertura a uma ecologia intrínseca que reconhece todas as formas de vida como interrelacionáveis, interdependentes e mutuamente responsivas. Com efeito, poderíamos mesmo dizer, que nesta perspetiva encontramos pontes que refletem aspetos da abordagem de Tim Ingold sobre a vida. Sobretudo na perspetivada rede interconectada de ‘linhas’ de movimento e interação. Processos esses que podem merecer o destacar da importância de uma compreensão mais aprofundada das relações ecológicas com benefícios para uma coexistência vital harmoniosa de múltiplos sistemas. Além disso, a exploração de relações intrincadas entre diferentes formas de vida presente no filme analisado, permite ressaltar aspetos vitais inspiradores que apontam para o que as liga perante a complexidade dos ecossistemas naturais, mais ou menos evidentes ao nosso olhar. E assim, apontar para a possibilidade de se estabelecer renovadas perspetivas de apreciação, contribuir para uma compreensão mais ampla da biodiversidade e dos ecos sistémicos presentes nos elementos de natureza ao redor da vida humana. Considerando que a representação visual de interações ecológicas pode contribuir para sugerir vias de atenção a processos de desenvolvimento ao ilustrar conceitos abstratos advindos de perspetivas da ecologia de maneira acessível e envolvente. E também facilitar a compreensão do público sobre os, subterrâneos ou atmosféricos, intrínsecos ou extrínsecos, processos de transformação e desenvolvimento presentes no mundo natural. Confrontando-nos com a perspetiva sugerida no estudo de caso e considerando-o igualmente como um alerta perante o risco de perdermos dados de significativo e relevante interesse presentes nos caminhos que todos os dias percorremos. Assim valendo a pena atender a distintos percursos com dedicada atenção ao que acontece, se transforma e vive nos ecossistemas ao nosso redor. Pelo que também deste modo, assistindo a implicações de achados para o campo de uma ecologia aprofundável. Caminhos que atendem ao contacto com o mundo envolvente, que sugerem vias de contacto e que sublinham a abertura a uma compreensão profunda de interdependências ecológicas. Neste sentido integrador podendo contribuir para renovadas possibilidades de re-significação com sentido de consciencialização humana e responsabilidade ambiental.
Em última análise, a discussão sobre possíveis contribuições do cinema de animação para promover transformação e ampliar alguns aspetos significativos de uma consciência mais ecológica verso vivências humanas mais atentas e sustentáveis, pretende enfatizar um papel crucial da arte na construção de um futuro que se pretenda mais ético, justo e equilibrado para com todas as formas de vida. Estamos a considerar que, ao se integrarem perspetivas teóricas alinhadas com pensamento visual, cientistas, cineastas e artistas, enfrentam o grandioso potencial interdisciplinar para sugerir e acentuar renovada perspetivação, espaço de inovação e inspiração. Criando assim narrativas envolventes que não só podem contribuir para traduzir visualmente complexidades da natureza, como também estimular aspetos de perspetivação, transformação ativa e vivências mais sustentáveis a serem conjuntamente reequacionadas. Ainda que se abra por esse mesmo meio, a tela do espanto do quão pouco estas perspetivas nos acompanhem quotidianamente. Ainda que nos possam confrontar com o espaço e a perceção do limite do que invade, atravessa, comunica ou liga. Ainda que possamos estar perante uma potencial visão integrada, mas de algum modo percebê-la como muito parcial e distante. Globalmente, o que se propõe é, um acentuar de um potencial das artes, em particular por via do cinema de animação, para tecer, ilustrar e sublinhar vias de compreensão mais profunda de detalhe, interdependência, catalisando renovadas possibilidades de observação com sentido de responsabilidade ambiental. Como condutores de ampliação do conhecimento, questionamento de ação e vias de respeito pela biodiversidade do nosso planeta. A expressão de uma dimensão participativa do nosso olhar envolvido de dimensão estética, chega-nos como uma proposta para considerar o que nem vemos, nem concebemos normalmente valorar.
Conclusão
Concluindo, refere-se que o longo da exploração do potencial do cinema de animação para explorar específicas temáticas e contribuir para se destacar aspetos que ilustram as múltiplas vertentes da abordagem ambiental, pretendemos aqui, igualmente destacar uma sua faculdade processual capaz de proporcionar atenção, renovação, perspetivação de caminhos inclusivos a questionamento, face a maior ou menor cuidado ambiental. Poderia dizer-se que a conceção de uma ecologia aprofundada pode encontrar alinhamentos interpretativos e vai surgindo de modo sugestivo ao longo da análise do filme de animação selecionado. Sendo que através dele, observamos como essa produção cinematográfica pode sugerir valores de atenção e de aproximação a um inusitado mundo natural que expõe sinais vitais de modo inesperado. Ainda que, desconsiderado e invisível para muitos. Promovendo uma atenção a detalhes exíguos e mesmo confrontativos perante o modo de vivência humana, enuncia-se e desafia-se uma atitude face ao mundo habitado. A construção de pontes para descobrir e abrir aprofundadas relações para com este, aparece igualmente como protagonista. Ficando assim ilustrado um percurso de atenção que traduz visualmente um espaço vital de contacto, processos de ligação e desenvolvimento das formas com interdependência ecológica. Assim compondo visualmente o plano cinematográfico de forma simples, envolvente e inspiradora. Consideramos deste modo que, a acentuação de espaços de representação da natureza como protagonista, a exploração das relações intrincadas entre diferentes formas de vida e a apresentação de narrativas com potencialidade de sugestionar conhecimento, interação, transformação e renovação, podem contribuir para abrir questionar e sensibilizar para a importância de observar, conhecer e reequacionar potenciais caminhos de ação. Na perspetiva de se contribuir para conservação, sustentabilidade ambiental e desenvolvimento estético, retratar a linha de chão que todos os dias se pisa indiferentemente, pode confrontar e impulsionar a leitura das múltiplas linhas e margens que mais ou menos descuramos, mais ou menos atendemos, ou nem concebemos mesmo estando defronte e imbuídas de realidade.
Este estudo pretendeu assim, reforçar a ideia de que o cinema de animação pode com efetivação, a par de outros múltiplos percursos temáticos, desempenhar um papel significativo na construção de uma sociedade mais atenta. Desejavelmente a caminho de reconhecimentos e vias mais sustentáveis e harmoniosas para com a natureza. Destacando valor de conhecimento e aspetos reveladores de uma ecologia aprofundável, quer mais ou menos atendida. Mas potencialmente disponível face ao existente. Contando ainda com o elo de que esta forma de arte possui uma capacidade única para expressar processos de transformação, mais ou menos evidentes, mais ou menos diretamente reconhecíveis, mas ainda assim, francamente merecedor de maior atenção e reflexão. Por fim, desejando que estas imagens que corajosamente focam o descurado, tenham reflexos nos corações e mentes de a quem a eles assiste, sensibilizando e despertando para uma apreciação renovada pela beleza e fragilidade do nosso planeta. Perante o exposto, tendemos a considerar como sendo crucial um ampliar e um acentuar de empreender de caminhos partilhados entre cineastas, cientistas, artistas, ativistas culturais e ambientais, continuando-se a explorar e a promover o cinema de animação como uma ferramenta poderosa para os seus domínios integrados. A par e passo de perspetivas advindas de uma ecologia alargada que sugere, amplifica e aprofunda atenção a uma imensidade de linhas de sustentação. Acentuando e atendendo-se assim a relevantes linhas do mover potencialmente imersas no que nos liga. Dirigindo-nos deste modo para confrontativos espelhos por via da expressão visual da animação cinematográfica.
Notas Finais
1 Tradução: “a philosophy of the human nature relationship (…) requires a pervasive, substantial change of current policies—in favor of our “living” planet, and not only for shortsighted human interests” (Naess, A., 2011, p.16).
2 Naess, Arne. The deep ecological movement: Some philosophical aspects. In Ecophilosophy in a World of Crisis (pp. 84-98). New York, Routledge, 2011.
3 Campbell, Joseph. Primitive mythology. New World Library, 1969.
4 Propp, Vladimir. Morfologia do conto maravilhoso. Floresta, Forense-Universitária, Rio de Janeiro, 1984.
5 Berger, John. Ways of Seeing. Penguin Books, United States of America, 1972.
6 Ingold, Tim. Lines: a brief history. New York: Routledge, 2016.
7 Ingold, Tim. The Perception of the Environment: Essays on Livelihood, Dwelling and Skill. New York: Routledge, 2000.
8 Mancuso, Stefano. A revolução das plantas. Lisboa: Pergaminho, 2019.
9 Saque, Cibele, Valente, António. “A Line of Movement” International Journal of Creative Interfaces and Computer Graphics 12, no. 2 (2021): 53-71
10 Nom d’une plante. 2022. De Hervé Bressaud. França
Filmografia
Nom d’une plante. 2022. De Hervé Bressaud. França: Vimeo. https://vimeo.com/916438212
Bibliografia
Berger, John. Ways of Seeing. Penguin Books, United States of America, 1972.
Campbell, Joseph. Primitive mythology. New World Library, 1969.
Ingold, Tim. The Perception of the Environment: Essays on Livelihood, Dwelling and Skill. New York: Routledge, 2000.
Ingold, Tim. Lines: a brief history. New York: Routledge, 2016.
Mancuso, Stefano. A revolução das plantas. Lisboa: Pergaminho, 2019.
Naess, Arne. The deep ecological movement: Some philosophical aspects. In Ecophilosophy in a World of Crisis (pp. 84-98). New York, Routledge, 2011.
Propp, Vladimir. Morfologia do conto maravilhoso. Floresta, Forense-Universitária, Rio de Janeiro, 1984.
Saque, Cibele, Valente, António. “A Line of Movement.” International Journal of Creative Interfaces and Computer Graphics 12, no. 2 (2021): 53-71. http://dx.doi.org/10.4018/ijcicg.291091.